Capítulo 1 – Jura?
17 anos de idade, 17 anos que eu vivo. Me chamo Mia Pattinson. Pattinson? Sim, sou prima da gostosura chamada Robert. Não somos primos de sangue, mas eu fui adotada pela tia dele quando era criança.
Aos meus 4 anos, minha mãe foi até um orfanato e me pegou para criar, Maggie Pattinson é o nome dela, irmã do pai do Robert.
Todos vivem me perguntando como é ser prima dele e como é conversar com ele. Pra falar a verdade, eu nunca o vi desde que eu estava com 6 anos de idade, só me lembro de seus olhos verdes como esmeralda me olhando pela primeira vez. Isso ocorreu porque minha mãe e eu nos mudamos para o Brasil.
─ Mia, coloque uma roupa bem bonita, você terá um evento muito importante para ir quando chegar em Los Angeles. ─ pediu minha mãe
─ Pode me falar o que é? ─ perguntei
─ Não, é sigiloso e, se eu te contar, você ligará para suas amiguinhas.
Há duas semanas eu descobri que o meu maior sonho se concretizaria. Eu estou indo para Los Angeles estudar cinema, terminarei o 3° ano lá e começarei a fazer faculdade ano que vem. O que eu não esperava era que eu moraria com ELE. Robert ofereceu seu apartamento quando soube que eu estava me mudando. E eu, ou melhor, minha mãe aceitou na hora, afinal desde sempre o Robert é o sobrinho preferido dela. EU VOU MORAR COM O ASTRO MAIS POP DE HOLLYWOOD.
Coloquei uma saia preta de couro curta, uma blusa cinza com uma jaqueta por cima. Para complementar, calcei uma bota de cano e salto altos, fiz uma make pesada e desci as escadas saltando.
─ Você deveria colocar uma roupa mais formal, querida. ─ aconselhou Maggie
─ Não, mãe. Eu vou ser eu mesma. ─ respondi
─ O motorista já está te esperando, o seu vôo vai partir daqui a pouco. Suas malas estão no carro.
Abracei minha mãe, eu vou sentir falta desse jeito espontâneo dela de ser. Ela estava com lágrimas nos olhos, e eu também. Eu também sentirei falta do Rio de Janeiro, das minhas amigas e do meu namoradinho. Tive que terminar com ele.
─ Filhinha, vá ou você perderá o seu vôo. ─ pediu
─ Eu te amo, mãe. ─ falei dando um último olhar para ela.
Entrei no carro e Enzo seguiu para o aeroporto. Fiquei olhando pela janela da Mercedes, relembrando a minha infância. Agora seria tudo diferente, não vou ter mais minha mãe perto de mim e vou morar com uma pessoa que eu não vejo há 11 anos.
Confesso, eu estou com medo. Confesso também, eu amo o Robert. Sim, sou a maior fã dele. Nesses 11 anos que não nos vemos, conversei com ele por telefone apenas uma vez, semana passada, quando ele quis saber como eu queria a decoração do meu quarto. Nem nos falamos direito, ele tentou puxar papo, mas eu estava envergonhada.
Fiz o check-in quando cheguei no aeroporto e comprei algumas coisas que eu precisava para a viagem, ou seja, barrinhas de cereal e batatinhas Ruffles. Ouvi a última chamada e corri para embarcar.
A viagem foi essa coisa chata. Fiquei ouvindo música e comendo essas bobagens. Por diversas vezes, o choro rompeu a barreira que eu impus e a aeromoça veio me perguntar se estava tudo bem.
─ Eu estou legal... É só o medo de morar longe da família. ─ garanti
O resto do vôo foi sem ninguém me irritar. Eu cochilei um pouco, mas logo acordei. Houve um pouco de turbulência, mas nada assustador demais. O pouso foi tranqüilo e eu avistei um homem de terno segurando uma plaquinha com o meu nome.
─ Srta. Pattinson? ─ perguntou quando me aproximei
─ Eu mesma. ─ falei sorrindo
Ele pegou minhas malas e nos guiou até um carro preto, abriu a porta para mim e eu entrei no veículo. Liguei uma mini-televisão que estava na minha frente e estava passando desenhos animados. Oh, beleza... Adoro desenho.
─ Vamos direto para o salão ou deseja passar em algum lugar antes? ─ questionou o motorista
─ Não, não. Estou ansiosa para saber o tal “evento” que a minha mãe me falou. ─ falei sorridente
Continuamos o caminho calados. Eu realmente espero que eu não veja a idiota da Kristen Falsa Stewart, eu a odeio demais. Respirei fundo para afastar esses pensamentos.
O carro parou bruscamente em frente a um salão que estava muito bem decorado. Uhuu!!! Festinha no meu primeiro dia aqui em LA. Eu que não sou boba, vou aproveitar...
Desci do carro rapidamente e entrei no salão. Uma mulher vestida formalmente veio até mim.
─ O seu nome, por favor? ─ perguntou com desdém, achando que eu era uma intrusa, penetra
─ Mia Pattinson. ─ respondi com orgulho. Os olhos de caveira da mulher percorreram minhas roupas e ele sorriu vagamente quando viu que eu acompanhava seus atos
─ Ah, sim. O Sr. Pattinson está te aguardando no terceiro andar. Quando chegar lá, é só fornecer o seu nome que eles te encaminharão. ─ respondeu, guiando-me até um elevador.
Apertei o botão e rapidamente as portas se abriram, revelando uma sala luxuosa, com três portas fechadas e um segurança me olhando feio. As pessoas me julgam demais pela minha roupa...
─ Olá, eu sou a Srta. Pattinson. Robert me aguarda. ─ me apresentei
O homem fez uma cara mais amigável e abriu a porta do meio para mim. Entrei sem fazer barulho. Este cômodo estava vazio, eu apenas ouvia um baixo som de violão vindo de uma porta que estava entreaberta no canto da sala.
Caminhei até lá e coloquei apenas minha cabeça para dentro. Quando meus olhos se pousaram nos dele, eu congelei, meu coração começou a acelerar e meu sangue pulsava rapidamente.
Robert me fez uma avaliação rápida, sorrindo e veio até mim, estendendo a mão para mim. A boba aqui ficou sem reação, mas quando eu recuperei os sentidos, ele já estava recuando a mão.
Pulei em seu colo, dando um abraço e as lágrimas começaram a jorrar pela minha face. (N/A: Eu sei que ela tá chorando muito, gnt... Só quero transmitir para vocês o estado de espírito da menina. Rsrsrsrs)
Robert envolveu minha cintura com seus braços e me apertou contra seu corpo. Mas quando eu não conseguia mais respirar de tanta felicidade, ele me colocou no chão e afagou meus cabelos.
─ As únicas coisas que eu lembrava, era que você é doidinha e seus olhos são castanhos, diferente de todos os outros.
─ Eu não sou maluca, ok? E pode reparar que meus olhos estão azulados agora. ─ falei
Fui reparar o traje de Robert, ele vestia um terno preto e gravata cinza. Ele olhou minha roupa também e deu um sorrisinho. Eu queria saber logo o motivo de todos estarem vestidos tão... tão sem palavras.
─ Por que todos nesse lugar estão vestindo essas roupas tão, tão sem noção? Pronto, falei o que eu penso! ─ exasperei
─ Pode ter certeza que eu queria estar vestido como você, que por sinal vai trocar de roupa agorinha. ─ falou, me puxando para um closet e me entregando um vestido embalado.
─ Eu estou bem vestida do meu jeito. Essa é a minha roupa mais formal. ─ avisei
─ Foi por isso que compramos esse vestido para você.
Para não fazer desfeita do vestido novo, abri a caixa e levantei aquele traje... senhor o que é isso?
O vestido era longo, na cor rosa-bebê e era bordado por pedrinhas brancas. H-O-R-R-O-R-O-S-O. Tá bom, ele não era tão feio, mas podia ser curto, preto e o bordado podia ser numa cor mais viva.
─ Eu NUNCA vou usar isso. Esquece. ─ falei jogando aquele trapo em um canto qualquer
─ Eu falei para Ashley e Kristen que você era maluca e não ia gostar. ─ resmungou
─ Para se conviver bem comigo, tem algumas regrinhas. Primeira, não me chame de louca. Segunda, nunca fale no nome da Kristen Drogada Stewart, eu a odeio. Terceira, faça as coisas que eu pedir. E quarta, mas não menos importante, não implique com o meu estilo e o meu jeito de vestir. Entendeu ou quer que eu desenhe?
─ Er... Você tem algo contra a...
─ Eu te avisei para não tocar no nome da drogada. E, sim, eu tenho tudo contra ela. Falsa, estúpida, egocêntrica, feia, cabelo de palha, idiota, fria, retardada e péssima atriz. ─ expliquei, me alterando
Robert ficou sem fala. Eu caminhei até uma cama que tinha no quarto e me joguei lá. Ah, ele tinha esquecido de me responder a pergunta inicial. Hoje eu estou voada, acho que é pelo vôo.
─ Ah! Me explique o motivo de todos vestirem essas roupas ridículas e caretas. ─ pedi
─ Hoje é meu noivado.
Como assim?! Noivado?! Nunca, ele não pode casar. Never, ever. Ele bebeu, só pode ser. Com quem que ele vai casar? Oh, my godness...
─ Você está noivo de quem? ─ perguntei, tentando manter a voz estável
─ Da... K-kristen ─ gaguejou
Oh, My!!! Kristen Aproveitadora Falsa Drogada Stewart... Depois disso não me lembro de mais nada, apenas de ver tudo preto e bater minha cabeça em algum lugar.
── ~ ──
─ Acorda, Mia. Acorda. ─ alguém falou desesperado
Eu tentei abri os olhos, mas não consegui. Eu tentei mover os lábios, mas não tinha força. Aí, eu me lembrei do noivado. Jesus, me acode...
─ Mia, por favor, acorde. Entenda, por favor! ─ pediu
─ Não... casa com... ela. ─ sussurrei, ainda de olhos fechados
Robert ficou calado e sacudiu meus ombros levemente. Forcei meus olhos novamente, o rosto de Rob estava a centímetros do meu. Oh, my! Assim eu não respondo pelos meus atos...
─ Eu não posso fazer isso só porque você está me pedindo. Eu GOSTO da Kristen...
─ GOSTA o suficiente para se casar? As pessoas devem se casar quando AMAM. ─ esclareci
Ele ficou pensativo por um momento. E acho que entendeu o que eu queria dizer com essas palavras? Ele conhecia a Kristen o suficiente para tê-la por toda a vida? Robert me largou na cama e se virou para o closet.
─ Sim, eu gosto da Kristen o suficiente.
─ Quando você encontrar uma pessoa que te ama de verdade, você verá que será tarde demais para voltar.
Ele abriu a boca para me responder alguma coisa, mas rapidamente fechou-a. Está vendo? Eu faço ele ver as coisas certas e as erradas... Mas, será que ele não percebe que a Drogada não é a pessoa certa para ele? Eu sou uma amiga, poxa... podia valorizar minhas idéias.
Não adianta... Afinal? Onde eu estou? Se aqui não é a casa DELE, o que é aqui? Ok, vacilei na pergunta...
─ Então, como se chama esse lugar? EU preciso de um bom sono, você sabe quantas horas eu fiquei no avião?
─ Nós estamos no AWY Place.
─ Ah, ok! Posso ir para sua casa? Eu realmente estou cansada. ─ pedi
─ Você não pode ir para a NOSSA casa.
─ Por que? ─ perguntei incrédula. Primeiro por ele ter falado que a casa é nossa e segundo por ele falar que eu não podia
─ Eu iria te convidar para ser minha madrinha... Mas, não parece te agradar a idéia
do meu casamento, então, esquece. ─ falou desapontado
Ele me considerava a ponto de me querer como madrinha do casamento dele. Jesus...
Eu estou realmente emocionada, meu olho se encheu de lágrimas e eu sabia que estava a ponto de chorar, de novo...
Robert analisou minha reação e secou as pequenas gotículas que insistiram cair. Ele me deu um meio abraço e eu o puxei para mais perto...
─ Eu só quero que você entenda, eu realmente desejo tudo de melhor para você, apenas enxergue que ela não é a pessoa certa. Ok? Mas, já que você quer tanto casar com a Drogada, não sou eu que vou te julgar... ─ falei
─ Isso significa que você vai ser a madrinha? ─ perguntou, um sorriso esboçou em seu rosto de anjo.
─ Não. Chame alguém que concorde com esse casamento. ─ respondi me soltando dele ─ Eu preciso dormir. Vou pedir para o motorista me levar na sua casa, ou melhor, NOSSA casa.
O sorriso dele se apagou e a tristeza me inundou fortemente... Não queria vê-lo sofrer, porém isso está errado.
─ A Finnie, nossa empregada, está lá. ─ apenas sussurrou, O que eu fiz? Me levantei e com um breve olhar de ternura, saí da sala, deixando-o sozinho com seus pensamentos
Eu não preciso vê-lo noivar com uma pessoa que eu não gosto. Dentro do meu coração, uma vozinha me avisava que esse sentimento não era apenas proteção. Uma voz mais forte que qualquer outra me falava que um grande sentimento estava oculto, mas não demoraria vir à tona. Amizade, amor, paixão, carinho de irmão, ciúmes...? Minha cabeça não parava de girar.
Capítulo 2 – Why did we do it?
Cheguei no apartamento arrastando, o motorista levou minhas malas para o meu quarto e eu fiquei admirando a sala de estar. Uma mulher de uns 45 anos aproximadamente se aproximou de mim e me olhou com ternura. Eu, hein? Saí daqui, sapatão. Num apaixona por mim não.
─ Olá, querida. Meu nome é Finnie. Trabalho aqui. Muito prazer. Precisa de ajuda? ─ perguntou
─ Não, obrigada. Poderia me mostrar onde é o meu quarto? Eu realmente preciso dormir. ─ respondi, compreendendo o porquê de ela me olhar com ternura
─ É só você subir a escada principal, virar à esquerda. Em frente à porta do quarto de Robert tem uma porta branca com desenhos vermelhos e pretos, é o seu quarto.
Ok, choquei. Meu quarto era em frente o dele? Cara... Vou precisar exercitar meu autocontrole. Subi para o quarto tranquilamente e fui em direção ao meu novo santuário. Em frente a porta de meu quarto tinha uma porta branca, lisa. O Robert é muito retardado mesmo. Não colocou nem uma foto minha na porta do quarto dele. É pra mostrar que já tem dona, entendeu? Mas nesse caso ele colocaria foto da Drogada Stewart.
Entendem que eu não sou apaixonada pelo Rob? Eu brinco assim com todo mundo. É legal...
Abri a porta de meu quarto e encontrei muito mais que eu esperava.
Estava simplesmente perfeito... Não exatamente como eu pedi, mas aconchegante e familiar, tinha quatro paredes e um teto, exatamente como o meu quarto no Brasil. Espero que não tenha sido idéia da idiota...
Entrei no banheiro e me encantei com a grande banheira que se encontrava ali. Oh Gosh! Assim eu morro. Não que a minha casa não fosse luxuosa, mas minha mãe me proibiu de entrar em uma banheira com medo de eu morrer afogada.
Joguei minha roupa no chão e liguei o chuveiro...
Wow! Fiquei um bom tempo ali, sentindo a água escorrer por meu corpo e aliviar a tensão que eu sentia. Nessa hora, provavelmente o Robert deve estar colocando o anel de noivado no dedo direito da Drogada... Ohmy!
Respira, Mia! Me enrolei numa toalha branca que estava na bancada e fui em busca de uma roupa confortável, abri a minha mala grande e vermelha, peguei um short curto de malha e uma blusa de alcinha cinza, colada no corpo e fiquei sem sutiã mesmo.
Não preocupei em secar o cabelo. Eu quero mais é dormir. Joguei as almofadas que estavam em cima da cama no chão e me enfiei debaixo do edredom. Ah, não! Eu tinha me esquecido de fechar a cortina. Levantei calmamente, fechei a janela, o blackout e finalmente a janela. Voltei para minha caminha e tentei dormir.
Quem disse que eu consegui? Imagens do Robert e da Kristen invadiam a minha mente. Será que elas já... transaram? Ah, com certeza. Eles vão casar. Meu priminho amado se casando com aquela... aquela... aquela idiota.
Por fim, em meio a pensamentos pecaminosos, eu dormi. Não como um anjo dorme, mas provavelmente parecido. Dormi apenas para tirar o sono atrasado. Lembrete: Ligar para minha mãe e matá-la pelo telefone!
─*─
Senti alguém afagando meus cabelos ainda úmidos. Uma mão pesada, de homem, mas fiquei com medo de abrir os olhos e encarar Robert. Ele provavelmente trouxe a noiva e terão a melhor noite da vida deles... até hoje.
─ Pode abrir os olhos, Mia Pattinson. ─ sussurrou
Eu não me movi. Ele pensa que vai ser assim, me acorda e fica de boa? Nananinanão. Eu sou dura na queda. Mais uma vez as mãos dele afagaram meus fios castanhos nem claros, nem escuros.
─ Eu sei que você está acordada. ─ tentou
Me mexi lentamente, só queria provar para ele que eu sei brincar, mas sei ser Sexy.
Eu estava totalmente descoberta e Robert estava, supostamente, segurando eu peso em cima de mim.
Em um movimento rápido, engajei minhas pernas em sua cintura e lhe dei um abraço apertado. Ele não suportou o nosso peso e caiu em cima de mim, na cama. Olhei em seus olhos e vi uma excitação diferente ali.
Senti uma vibração e um volume maior abaixo de meu ventre, nossos olhos não desgrudavam e eu queria lhe tascar um beijo, mas ele era... noivo DELA. Esse pensamento me fez recuar e o afastar de mim.
Saí de debaixo dele e me encarei no espelho do closet. Eu realmente estou com cara de quem dormiu a tarde inteira...
─ Por que você me acordou? ─ perguntei sonolenta
─ O jantar está na mesa.
─ Vamos descer! ─ falei, meu estômago estava roncando de fome e eu não queria ficar trancada no quarto
─ Mia...
Robert me chamou, mas eu nem liguei. Eu saí do quarto e corri pela escada saltitante. É sempre assim, não consigo ficar parada. Quando eu cheguei no pé da escada, eu corei violentamente...
A Drogada, o Tom, o Kellan, o Jackson, a Ashley, a Nikki, a Dakota, o Peter, a Elizabeth, o Taylor e mais um monte de pessoas me encaravam. Aí eu entendi que o Robert tinha me chamado para eu trocar de roupa...
Meu nome é Mia Pattinson, por isso eu caminhei até um lugar que estava vago na mesa, peguei meu prato e servi antes de todos, quem liga? Eu não sou sem educação, só queria mostrar para a Idiota que eu estava marcando presença e que ela tinha perdido a pose de Rainha da casa, que agora é minha, com todo prazer...
─ Mia, suba e troque de roupa... ─ pediu Robert, eu reparei e vi que todos estavam vestidos formalmente. Que legal... Eu sou a exceção...
─ Ah, Rob! Eu já vou subir, mas tô com muita fome... Daqui a pouco eu troco de roupa. ─ resmunguei
Robert se sentou do meu lado na mesa e a Drogada se sentou do outro lado dele. Os outros se acomodaram na mesa e a tal de Finnie junto com uns 3 garçons vieram servi-los.
Como o Robert ficou bonzinho e não me mandou trocar de roupa de novo, eu tasquei um beijo estalado em sua bochecha. Todos nos olharam e Rob ficou super-constrangido, eu nem liguei.
Quando todos estavam servidos, os garçons se afastaram, Finnie foi para a cozinha e a Drogada colocou a mão sobre a perna do MEU primo. Fechei os olhos e respirei fundo umas 30 vezes, sentindo o ar fluir pelos meus pulmões e eu me acalmar. Quando abri os olhos, novamente, todos me olhavam como se eu fosse a estranha. Eu não estava gostando disso, ninguém tinha falado nada desde que eu desci.
─ Bem, pessoal, esta é a minha priminha Mia, ─ anunciou Rob e eu fiz uma careta quando ele falou PRIMINHA ─ ela vai morar comigo e com você, Tom, até terminar a faculdade... Vocês já devem ter percebido que ela é Maluca, mas ela é gente boa...
Foi a gota d’água, ele me chama de priminha, sendo que me viu duas vezes na vida e depois de maluca? O Robert não é nada do que eu imaginei. Os dois se merecem, a drogada que faça bom proveito. Me levantei da mesa, sem tocar direito no prato e corri escada acima.
Não queria falar com ninguém. Todos os convidados do meu PRIMINHO, começaram a fazer um alvoroço para saberem o que tinha acontecido com a MALUCA aqui. Bati a porta do meu quarto com força e me joguei na cama. Controle-se para não chorar, repetia para mim mesma. O Rob não merece seu choro...
Coloquei o edredom sobre a minha cabeça e comecei a repetir a meu mantra preferido.
Não chore, não chore, não chore. Ele não merece seu choro, se controle. Até que algo ou alguém que eu já sei quem é, abriu a minha porta com força.
─ Que parte do EU QUERO FICAR SOZINHA você não entendeu, Robert? Quer que eu desenhe? ─ perguntei com raiva, enquanto me sentava na cama
─ Você vai ouvir calada, ok? ─ falou com ódio ─ Por que você saiu daquela mesa? Você é retardada ou coisa assim? Primeiro se nega a ser minha Madrinha e diz coisas horríveis da MINHA noiva. Segundo eu venho te acordar e você me ataca. Terceiro, você desce para o jantar do MEU noivado, de shortinho e blusinha de alcinha, serve antes de todo mundo e quando eu estou te apresentando aos MEUS amigos, você saí da mesa sem dizer nada? EU NÃO SOU A TIA MAGGIE, que agüenta tudo o que você faz, ou você me respeita, ou...
─ Não precisa dizer mais nada, eu estou indo embora.
Me levantei rapidamente, vesti uma calça jeans por cima do meu short, e coloquei uma camiseta por cima da minha polemica blusinha.Calcei meu All Star e peguei minhas malas na mão. Eu já estava a ponto de descer quando ele segurou meu braço, eu me sacudi toda para ele tirar as mãos imundas de mim. Mas não aconteceu, ele permaneceu me segurando, cada vez mais forte, até que eu desisti e joguei minhas coisas no chão.
Ele me soltou e olhou em meus olhos. Eu vi ali arrependimento, raiva, ódio, carinho, vontade de matar e... Desejo?! Realmente eu estou maluca.
─ Ok. Agora você vai me escutar calado. PRIMEIRO, eu não pedi pra morar aqui, você que ofereceu para minha linda mãezinha, e ela, mesmo sem ME consultar, aceitou. SEGUNDO, eu não sou obrigada a ser madrinha do SEU casamento. TERCEIRO, eu também NÃO sou obrigada a gostar de quem eu odeio. QUARTO, eu só queria te mostrar pra você NUNCA mais vir me acordar. QUINTO, eu NÃO preciso ouvir você minha chamar de priminha e maluca. E SEXTO, se você não me aceita do jeito que eu sou, eu vou embora, não preciso pagar pau pra você, minha mãe tem dinheiro suficiente para pagar um apartamento para mim. Eu estou indo embora, porque você falou para eu ir. Eu realmente fiz uma imagem de você muito diferente, você não é o Robert amável que era, você se tornou um monstro. ─ desabafei
Ele ficou calado, acho que estava abobalhado com o que eu tinha acabado de falar, nem eu mesma acreditava que eu disse isso tudo, era mais do que eu planejava. O Robert me olhou novamente e eu apenas o encarei sem expressão.
─ Você não vai embora daqui. ─ disse arrependido ─ Eu me descontrolei, me desculpe. Você é muito legal e eu não podia ter falado assim com você, nem ter te humilhado na frente dos outros. Me perdoe.
Eu apenas me virei para a porta e saí correndo, não queria olhá-lo na cara. Passei pela sala correndo e todos me olhavam, again. Saí do apartamento e entrei no elevador, apenas esperando que toda a dor que eu tinha desaparecesse.
Robert’s POV
Desde que aquela menina me abraçou no AWY Place, eu sabia que era a Miazinha que estava ali. Ela não parecia mais com aquela pirralha que usava Maria Chiquinha e vestidinhos rodados, ela tinha se tornado uma mulher, e que mulher.
Está certo, vocês devem me achar um safado, mas eu sempre tive uma “quedinha” por ela. Passaram-se anos e cá estamos nós, brigando como cão e gato. Ela fugiu do meu noivado, me fez passar a maior vergonha no jantar e ainda saiu daquele apartamento sem dizer para onde ia.
Voltei para a sala de jantar e avisei que ela teve apenas uma indigestão e que quis dar uma volta para tomar ar. A noite prosseguiu calmamente, tomei várias doses de whisky, para tirar a preocupação da cabeça, mas não era nada que me deixasse tonto.
A Mia também não voltava para casa e a Kristen só me enchia o saco. Eu não estou com vontade hoje, porra. Estou cheio de problemas...
─ Ah, Rob, hoje essa casa vai tremer as paredes... ─ falou Kristen pela vigésima vez. Agora só restava eu, Tom e ela, sentados no sofá. Eu e meu amigo estávamos preocupados com a Mia e a Kristen só pensava em Sexo.
─ Querida, agora estamos todos preocupados... ─ tentei
─ Robert Thomas Pattinson, você não vai fazer isso comigo. ─ avisou
─ Se a Tia Maggie descobre, eu não faço isso nunca mais, com ninguém. ─ sussurrei
Ela ficou calada e eu e Tom nos encarávamos procurando uma solução para o problema.
Eu não ligaria para a polícia, mas estava muito tenso com esse desaparecimento. Essa menina já chegou fazendo INFERNO na minha vida.
Imaginem o aperto que eu passei quando ela simplesmente me agarrou, com aquelas roupas minúsculas? Eu surtei, não me controlei. Eu não sou mais a fim dela, mas podia cooperar, né? Que homem em sã consciência não ficaria excitado com aquela garota agarrada a ele?
─ Tenho uma idéia. ─ anunciou Tom ─ Talvez nós possamos ligar para ela e ela voltaria inteira, ou quem sabe nós iríamos na sede da rede de telefonia e rastrearíamos o lugar que ela está .
Robert, respira fundo, respira. Eu NÃO agüento essas idéias otárias do Tom, ele acha que eu já não liguei no celular dela? E que por uma mera coincidência ele está jogado em cima da cama dela, no andar de cima?
─ Cala a boca. ─ gritei
─ Ok. Robert, eu vou embora, mas não pense que você vai escapar de mim amanhã. Eu te quero todinho para mim... ─ falou Kristen
─ Está bem, Kris. Eu te agradeço por você entender. ─ respondi com um selinho
Ela se dirigiu à porta e saiu. Finnie já tinha ido embora e a nossa sala estava muito bagunçada, afinal ela arrumaria amanhã. E a bendita garota não chegava nem por reza. Passaram quase uma hora, e nada de ela aparecer...
─ Você não deveria ter deixado a Stewart ir embora. Sexo relaxa. E você nem está ajudando aqui. ─ falou Tom
─ Porra, cara, eu estou preocupado com a Mia e você vem falar em sexo? Ela é minha prima...
─ E muito gostosa. Rob, nunca vi mulher assim. E você nem pra me apresentar a menina antes. Você é egoísta, só quer pra você. ─ despejou
─ Tom, pela milésima vez, ela é MINHA PRIMA. E você não ouse a chegar perto dela, ok?
E foi aí que ouvimos um barulho no corredor do elevador. Ficamos em silencio, aguardando o próximo barulho, que por sinal foi na porta do meu apartamento. Ouvi ela tentando girar a maçaneta uma, duas, três vezes, até que conseguiu abrir a porta.
E foi por essa mesma porta que passou uma garota com a blusa rasgada, revelando a pequena blusa de alcinha que ela usou no jantar, o All Star sujo, o cabelo bagunçado, a maquiagem borrada e um rosto irreconhecível.
